terça-feira, 28 de abril de 2009

O CARÁCTER FAZ A DIFERENÇA

O CARÁCTER FAZ A DIFERENÇA!...

Mesmo em gémeos homosigóticos, em que as diferenças não sejam notadas, uma existe que faz toda a diferença: o carácter.
Se a diferença desta particularidade é acentuada nos análogos, quanto mais o não será em indivíduos cujo parentesco não tem qualquer ligação!?
Nos casos que se seguem, um foi um verticalista, de carácter forte, acreditou até ao derradeiro suspiro na razão que defendia. Era fortemente aguerrido e nunca virava as costas à liça, assim houvesse inimigos para botar abaixo do cavalo. Não era uma pessoa de ostentações e, que eu saiba, sempre teve a coragem de viver com uma sobriedade invejável, para aqueles que nunca tiveram coragem de o fazer e se julgam uns páxás sem turbante.
Soube, na altura devida, retirar-se das luzes da ribalta, marcando o espaço temporal com a austeridade da sua figura e dos seus ideais, sem deixar contudo de ser o mentor de toda a estratégia política que acèrrimamente, na altura defendia.
Conseguiu uma coesão partidária que nenhum dos seus sucessores até hoje alcançou.
Nunca usou de mimetismo político ou oportunismo, para seu interesse pessoal; foi sempre frontal nas suas contendas onde era bem presente a coragem de um gladiador.
Era um homem de carácter forte e obstinado, que manteve sempre o mesmo objectivo sem cobrear.
Não quero com tudo isto dizer que ele estivesse certo!?... A liberdade que defendia, se tivesse ido avante, seria uma liberdade condicionada, o que não quer dizer também, que estejamos actualmente numa democracia totalmente aberta porém, talvez menos apertada.
Não fazendo eu parte dos seus ideais políticos, sempre o admirei pela sua tenacidade e persistência sendo a razão porque ainda hoje me lembro daquela figura; magra, de voz intempestiva e trovejante quando necessário, acentuada com um semblante parecido com o de uma águia-real de garras sempre afiadas e prontas para o ataque!...
Assim foi: Álvaro Barreirinhas Cunhal.

O outro, de voz cálida, com palavras cheias de odor a paternalismo, manhoso que nem uma mula porém, com uma particularidade inegável que era a diplomacia, hoje em decadência por culpa da idade e da rabugice.
Interesseiro, ambicioso em demasia, oportunista, não olhando aos meios para atingir os fins, em que política por ele defendida, tem sido até hoje não a única, todavia das principais causas da nossa pobreza monetária e intelectual, onde as favelas crescem à sombra do desemprego em desenfreado desenvolvimento, e os valores da ética se têm decepado a toda a brida.
“Criou” uma Fundação cujas fundações e conclusões foram por conta do erário público, cujo fundamento ainda hoje não sei bem qual é, mas sei que por conta própria nada parece ter feito.
De todos aqueles que procuraram combater o fascismo, foi o ”fascista” que mais dinheiro gastou aos cofres públicos em passeatas e comezainas, acompanhado por mongólicas comitivas parasitárias, dignas de um Kublai Kan à portuguesa.
Vingou-se com acentuado anatocismo, do ódio que sentia pela sua pátria (dele) e concomitantemente pelos portugueses; ódio esse demonstrado no decorrer de uma viagem a vários países europeus, subsidiada pela Internacional Socialista, durante a qual manteve uma “batalha” de descrédito do Governo Português com maior incidência sobre a política ultramarina, decorrendo daí a acusação pelo Ministério Público de actos contra o bom nome e prestígio do nosso País, que culminou com um mandato de captura em 31/07/1970, disto resultando a sua escolha voluntária de exílio em Paris, onde foi professor na Sorbonne.
Na política jogou os interesses pessoais acima da Pátria e dos portugueses, desconhecendo ainda, que uma bandeira representa um povo e não um governo; simulou uma “virtuosa filantropia” no esbanjamento das economias deixadas pelo “fascista” António de Oliveira Salazar, que como todos sabem, morreu sem chorudas contas bancárias, sem Fundações infundadas, sem nada.
Mais não era de esperar, facto este por mim foi vaticinado, quando pela primeira vez, no “Jornal de Notícias” de Lourenço Marques, vi a sua figura à janela de um comboio, aquando da sua chegada a Lisboa, regressado do seu principesco “exílio” em França.
Actualmente existem amigos meus que ainda bolem, e se lembram do meu mau presságio.
Ziguezagueando pelo leito lodoso da política, pensei que tivesse feito tudo o que ambicionava; porém, como a ambição ainda tinha vida, tentou jogar uma péssima cartada nas últimas eleições presidenciais, saindo-lhe o tiro pela culatra.
Não governou mas governou-se à sua maneira; contudo, esquecendo o passado, provavelmente por senilidade, por um alento de inveja ou ambição ainda por concluir, não se mostra muito de acordo que outros se governem!...
Assim tem sido: Mário Alberto Nobre Lopes Soares.

A falta de carácter é equivalente a veneno; por isso, “o carácter faz a diferença”!... Entre as pessoas.

António Figueiredo e Silva
Coimbra

Blog: www.antóniofigueiredo.pt.vu

terça-feira, 14 de abril de 2009

…O ROSTO DO PASSADO

…Que eu agonizo ao enxerga-lo!... “Estou enjoado” das suas palavras cínicas e tendenciosas, que apesar do carcoma que mina toda a estrutura daquele rosto do passado e depois de tudo o que fez para ajudar ao cortejo fúnebre deste país, ainda se julga imaculado e com prestabilidade para lançar afrontas sem nexo como se fosse o Czar deste bocado de terra, que graças aos seus ideais e à qualidade dos miolos dos seus aborígenes, já não produz o suficiente para a sua sobrevivência.
Estou deveras enjoado de tão bolorenta retórica e ainda não compreendi como é que a comunicação social lhe atribui algum crédito.
Existe nas palavras proferidas por este rosto do passado uma manifestação de inveja, cuja latência só acabará quando o oxigénio deixar de alimentar as células sanguíneas que o têm irrigado.
Ainda se julga certamente, com capacidade para ser um presidente da União Europeia!... Quão grande é a sua ganância e sede de poder!
Já não consegue ver que o partido que fundou não lhe liga patavina, evidenciando esse sinal nas palavras de José Sócrates no apoio a Zé Manel Durão Barroso?!
Durão Barroso não é por certo uma figura do passado; apenas mudou de ideias. Contudo, o importante não é mudar de ideias, mas sim ter ideia para mudar as mesmas. Digo isto, não porque Durão Barroso me caia no gôto ou porque eu seja sectário de algum partido, mas porque as evidências factuais a isso me instigam.
De Mário Soares, já não poderei dizer o mesmo, face às barbaridades cometidas, decorrentes da sua política exemplar, que para a maioria não pode servir, como se pode concluir.
Ainda hoje, depois de tantos anos decorridos, muita gente, daquém e dalém mar, está a sofrer no corpo e na alma, as consequências virusais dos acordos da sua política socialista. São factos que não podem nem devem ser esquecidos.
Não vejo força moral alguma que possa contribuir para que este sr. esteja sempre a “refilar” com o propósito de impor as suas ideias envolvidas numa aragem de maldizer e pouco democrática. Sim, porque onde há vento impositivo não existe democracia. E plagiando o Rei de Espanha, “porque no te callas?”.
Dá a impressão de que Mário Soares chancelou na cabeça que é o pai de todos os portugueses – meu não é com certeza – mas se tem essa metida no caco, tem sido um pai muito tirano e aproveitador das circunstâncias e do suco vertido pelas glândulas sudoríferas dos portugueses e não só. Não poderá ser isto resultante de uma grave maleita? Se fosse comigo ia à bruxa.
Apesar de não gostar dele, tinha-o como uma pessoa instruída, sabida, astuta; não daqueles que sabem tudo, porque isso é uma quimera, mas dos que sabem muito. Agora, perante o que ouço, já não tenho a mesma opinião. Ele é mesmo um rosto do passado, mas não o único, do qual não alimento quaisquer saudades.
Ó sr. Mário Soares… deixe lá o Zé Manel governar-se, caramba!... O sr. também não se governou à grande e à francesa?!..
Afinal que democracia é essa?
E pela manhã, depois de ter descansado bem se a consciência não lhe pesou, mire bem o espelho enquanto com as mãos trémulas alisa a sua brilhantina do seu parco matagal capilar e pode nele ver reflectido o que realmente é o rosto do passado. E com um grande passado!...

António Figueiredo e Silva
Coimbra
Blog: www.antoniofigueiredo.pt.vu