terça-feira, 14 de abril de 2009

…O ROSTO DO PASSADO

…Que eu agonizo ao enxerga-lo!... “Estou enjoado” das suas palavras cínicas e tendenciosas, que apesar do carcoma que mina toda a estrutura daquele rosto do passado e depois de tudo o que fez para ajudar ao cortejo fúnebre deste país, ainda se julga imaculado e com prestabilidade para lançar afrontas sem nexo como se fosse o Czar deste bocado de terra, que graças aos seus ideais e à qualidade dos miolos dos seus aborígenes, já não produz o suficiente para a sua sobrevivência.
Estou deveras enjoado de tão bolorenta retórica e ainda não compreendi como é que a comunicação social lhe atribui algum crédito.
Existe nas palavras proferidas por este rosto do passado uma manifestação de inveja, cuja latência só acabará quando o oxigénio deixar de alimentar as células sanguíneas que o têm irrigado.
Ainda se julga certamente, com capacidade para ser um presidente da União Europeia!... Quão grande é a sua ganância e sede de poder!
Já não consegue ver que o partido que fundou não lhe liga patavina, evidenciando esse sinal nas palavras de José Sócrates no apoio a Zé Manel Durão Barroso?!
Durão Barroso não é por certo uma figura do passado; apenas mudou de ideias. Contudo, o importante não é mudar de ideias, mas sim ter ideia para mudar as mesmas. Digo isto, não porque Durão Barroso me caia no gôto ou porque eu seja sectário de algum partido, mas porque as evidências factuais a isso me instigam.
De Mário Soares, já não poderei dizer o mesmo, face às barbaridades cometidas, decorrentes da sua política exemplar, que para a maioria não pode servir, como se pode concluir.
Ainda hoje, depois de tantos anos decorridos, muita gente, daquém e dalém mar, está a sofrer no corpo e na alma, as consequências virusais dos acordos da sua política socialista. São factos que não podem nem devem ser esquecidos.
Não vejo força moral alguma que possa contribuir para que este sr. esteja sempre a “refilar” com o propósito de impor as suas ideias envolvidas numa aragem de maldizer e pouco democrática. Sim, porque onde há vento impositivo não existe democracia. E plagiando o Rei de Espanha, “porque no te callas?”.
Dá a impressão de que Mário Soares chancelou na cabeça que é o pai de todos os portugueses – meu não é com certeza – mas se tem essa metida no caco, tem sido um pai muito tirano e aproveitador das circunstâncias e do suco vertido pelas glândulas sudoríferas dos portugueses e não só. Não poderá ser isto resultante de uma grave maleita? Se fosse comigo ia à bruxa.
Apesar de não gostar dele, tinha-o como uma pessoa instruída, sabida, astuta; não daqueles que sabem tudo, porque isso é uma quimera, mas dos que sabem muito. Agora, perante o que ouço, já não tenho a mesma opinião. Ele é mesmo um rosto do passado, mas não o único, do qual não alimento quaisquer saudades.
Ó sr. Mário Soares… deixe lá o Zé Manel governar-se, caramba!... O sr. também não se governou à grande e à francesa?!..
Afinal que democracia é essa?
E pela manhã, depois de ter descansado bem se a consciência não lhe pesou, mire bem o espelho enquanto com as mãos trémulas alisa a sua brilhantina do seu parco matagal capilar e pode nele ver reflectido o que realmente é o rosto do passado. E com um grande passado!...

António Figueiredo e Silva
Coimbra
Blog: www.antoniofigueiredo.pt.vu






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