sexta-feira, 9 de outubro de 2009

TGV A VAPOR

TGV A VAPOR (TGVV)
A viagem de comodidade propagandística feita por José Sócrates no TGV, entre Paris e Bruxelas
, em 17 de Setembro transacto, ao que parece, despertou na União Europeia apetência para abrir a pestana e lançar o olho fiscalizador sobre o nosso crescimento económico e aplicar uma travagem não às quatro, mas a todas as rodas do nosso TGV transfronteiriço, diluindo em águas de bacalhau um sonho de tão ambicioso projecto do nosso Primeiro-ministro.
Não obstante isto, ainda aparece agora a banhada das eleições legislativas de 2009 que, comprovando a “liberalidade” dos portugueses e contrariando a de José Sócrates, não há governo de maioria absoluta. Parece que o pôbo não gostou do aperto da cilha.
Contudo, por incrível que pareça, penso que devido à tenacidade, pesporrência e arrojo, do nosso Primeiro-ministro, ainda vamos ter esse “valioso” meio de transporte, nem que para isso tenhamos que recorrer à antiga tecnologia.
Certamente que compreenderei a sua frustração, contudo, como disse Manuela Ferreira Leite, Portugal não é uma província espanhola. Aaapoiaaadaaa!
Bem, mas se ele meteu em cabeça que tem por objectivo colocar Portugal na vanguarda dos países Europeus, em tudo menos no sector económico, que anda pelas ruas da amargura, penso que vai avançar com o TGV(V) a carbão e áuga, – dispensando até o pitróplio, como forma de protesto - porém com a aplicação da mais alta e actual tecnologia da inginharia portuguesa, baseada no desenvolvimento da spiritalia, invenção atribuída a Herão de Alexandria no séc. I d C.
De certeza que teremos o TGVV (Transporte de Grande Velocidade a Vapor).
Ficarei feliz se esta ocorrência se vier a concretizar, porque é mais uma oportunidade que temos de mostrar ao mundo a fina luminescência do nosso intelecto, no que diz respeito, à inventividade e arrojo dos grandes crânios nossa nata científica.
Mais uma vez mostraremos ao mundo que nunca emperramos os nossos movimentos pelas dificuldades que se nos deparam e dispensamos até, as ajudas da União Europeia.
Certamente que teremos o BPP e o BPN, que não se negarão ao financiamento absoluto de tão soberbo projecto.
Reparem que não há gastos de energia eléctrica, nem de naftas, nem de gasolinas; apenas carbão e áuga.
Podem com toda a pertinência perguntar:
Então e quanto à velocidade, é de cágado?...
Não!... Pelas minhas contas, será sempre directamente proporcional à pressão do vapor dentro da caldeira, podendo ser por isso a velocidade ilimitada a puxar toda aquela caldeirada.
Subsiste todavia um problema, que só agora me veio à mente e que consiste na defumação dos colarinhos brancos, que por certo os caracterizará com uma fragrância apresuntada ou de odor a chouriço transmontano (muito bom, por sinal) mas cujo problema será de fácil resolução.
Para esse efeito sugiro ao governo a criação de uma lei que possibilite gratuitamente ou incluído no bilhete, a distribuição de fatos-macaco de ganga tipo maquinista, capacetes amarelos ou penicos de plástico cor-de-rosa fabricados na China, que saem mais em conta e máscaras anti-fumos para uma integral protecção das “fatiotas” que os ilustres passageiros usam, nas suas “digressões” além fronteiras.
No fim, o que interessa é termos um transporte de alta velocidade capaz de correr mais do que os outros e com mais baixo custo por viagem.
Já agora preenchemos uma ambição!... Ou mais, um sonho do nosso Primeiro-ministro, que disse:
- “Eu gosto muito de comboios e gosto de alta velocidade”.
Cá para mim é melhor ajudá-lo na concretização deste sonho, do que deixá-lo enveredar como piloto de testes de aviões “supersónicos”, fabricados em Portugal como há bem pouco tempo ele anunciou, não vá o Diabo tecê-las, ele ir desta para melhor!…
Faz-nos cá muita faltinha.
Biba o TGVV!

António Figueiredo e Silva
Coimbra

Blog: www.antoniofigueiredo.pt.vu

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