segunda-feira, 19 de julho de 2010

"LIMPA-CHAMINÉS": Precisam-se

“LIMPA-CHAMMINÉS”: Precisam-se.



Contra todas as expectativas provocadas pelas sondagens – possivelmente adulteradas – e apesar dos inflamados discursos do PS, do débil e cambaleante empurrão do já alquebrado Mário Soares, da contribuição se calhar forçada, do nosso do grande trovador e “revolucionário”, Manuel Alegre, de todo o pecúlio investido na faustosa campanha eleitoral, do favorecimento de alguma parte da comunicação social, das fantasiosas promessas feitas had hoc, para não serem cumpridas, das “vampíricas” beijocas dadas em muitas ventas, algumas com as escamas matinais ainda por desapegar, dos “asfixiantes” abraços de jibóia, que nos deixam apertados e com falta de ar, do estalar das dobradiças falangeanas sob a prensa dos apertões de manápula, etc., o PS não floresceu como desejava. Isto foi e é um facto.
Era de prever. Só não via quem era cego.
Contudo, se em vez de Manuela Ferreira Leite, tivessem importado o Ti Alberto João Jardim, o PSD teria ganho pela maioria absoluta e aí, provavelmente a crise não seria tão acentuada e as coisas fiariam mais fininho. Disso não tenho dúvidas.
Também me apraz dizer, por razões várias, que por vezes não se faz o que se deve, mas o que se pode ou o que os “satélites” do poder exigem que seja concluído. Porém, quem não pode não promete. Sei que é usual dizer-se, o que passou, passou! Até teria algum cabimento se actualmente não sentíssemos o entranhar na pele da nossa vivência, o perfurar sacrificial do silício, forçosamente imposto, que nos dilacera a carne e a resignação, decorrente da política adoptada por uma má governação, levada a efeito pela caturrice e pela coacção de interesses pessoais onde a avidez tem acentuadamente predominado.
O Partido Social Democrata, que em algumas zonas do país é conhecido pelo Partido da Chaminé, ainda acabou por deitar algum fumo branco nas últimas eleições, não para anunciar habemus papam, mas para anunciar que não haveria governo com maioria absoluta. Já não foi mau!? Pensavam os mais sensatos. Mas mesmo assim a coisa não resultou.
De qualquer forma, desde o início deste mandato até ao seu provável desmoronamento antecipado, suponho, vai continuar a boiar uma tábua de salvação podre, que servirá apenas para fundamentar as desculpas para tudo o que casual ou propositadamente, de mal possa ter acontecido ou venha a acontecer:
- Não nos deixaram (des)governar!?...
- Fomos arrastados pela crise mundial, para a qual ainda não existe vacina!...
- É a falta de productividade.
- As exportações têm diminuído.
São uma série de desculpas pateticamente apresentadas, nas quais os portugueses não embarcam, mas que os colocam em permanente situação de aflitiva inquietação. Que presente!... E que futuro?...
Em oposição ou fora dela, todos se têm governado e continuam a governar-se à nossa custa, custe a quem custar.
Indústrias encerram as portas, bancos vão à falência, a corrupção progride, a justiça é moldável ao capital, as forças de segurança não têm força alguma, muitos alunos ensinam os professores, nem que seja à bofetada, criminosos são postos em liberdade e com rendimento mínimo garantido, etc.
O que precisávamos, realmente, era de um conjunto de pessoas patriotas, sensatas, corajosas e inteligentes, capazes de limpar toda a fuligem política, poluidora incontestável desta chaminé à beira-mar plantada, que apesar da sua pequena dimensão está bastante conspurcada.
Por isso, “LIMPA-CHAMINÉS”-precisam-se.


António Figueiredo e Silva
www.antoniofigueiredo.pt.vu

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