quinta-feira, 4 de julho de 2013

ABAIXO OS TOMATES




Uma conjuntura de resignação e ponderação,
 pode evitar um desastre colossal; um momento
 de euforia e obstinação, pode arruinar um país.


ABAIXO OS TOMATES


Sim… e agora?
Como se já não fosse satisfatória a angustiante poluição ambiental que tem vindo a envolver toda a organização política, económica e financeira portuguesas, deram imprevisivelmente à costa, alguns destroços provenientes de defeituoso patriotismo, que certamente vão contribuir com perigosa grandeza, para o afundamento do povo português, já farto de ser sacrificado em prol da incapacidade, corrupção, ladroeira e criminalidade, endemias que têm impunemente caboucado o sossego e a pacatez deste país.
Consecutivo à acção patriota Víctor Gaspar, que após ter posto tudo isto de cilha bem arrochada, abandonou a sua posição, vem também e agora o patriotíssimo Paulo Portas, quiçá vítima de uma teimosia latente, apanágio dos meninos de bem, (mimados) desferir o golpe de misericórdia no nosso elenco governamental que, apesar de todas as asneiras que tem feito, com toda a certeza que não teremos nenhum com melhor capacidade de liderança para outorgarmos os supremos desígnios da nacionalidade.
É evidente que não vou ilibar Passos Coelho, que meu ver também tem culpas no cartório, ao recheio azedo das minhas censuras, mas este (recheio) fica a aguardar a sua vez, na prateleira do arquivo vivo.
Os coiotes disfarçados já arreganham os dentes há muito tempo, num esforço luciférico de hospedar a desordem na manada, permitindo-lhes serem os senhores do rebanho - como já aconteceu – cujas consequências todos sabemos e hoje sentimos o seu amargo sabor.
No caso de haver eleições antecipadas, que é o mais certo, quais são as alternativas apresentadas pelo PS, PCP ou Bloco de Esquerda? Já não menciono outros partidozecos (se como tal se podem considerar) que só servem para ocupar os lugares, vezes sem fim virtuais, do hemiciclo parlamentar – onde os cortes na despesa deviam ter começado - e aumentar a lista dos ordenados chorudos a desembolsar do tesouro público e nada mais.
A ânsia de poder que atropela António José Seguro, a raiva ortodoxa marxista de Gerónimo de Sousa e a manhosice calculista de João Semêdo não conduzem a lado algum. Não são a alternância.
Vão ser estes os salvadores da situação caótica em que nos encontramos? Não creio.
Comparo a nossa orientação governativa à função de determinados componentes orgânicos durante um coito; os testículos; ora desorienta o esquerdo, ora desorienta o direito; se estiverem os dois de acordo, desorientam ambos; se um desaparece fica o outro a desorientar; se ambos desaparecerem, subsiste a impotência e o desânimo. É exactamente o que pode acontecer com o país; ou haverá novas opções ou todo o sistema entra em colapso. E eu não vislumbro alternância alguma.
O povo há uma série de anos que tem andado a ser enganado e sabe disso, contudo, não pode por si só alterar o curso das regras institucionalizadas mercê da sua tutela coerciva, por isso:
Abaixo os “tomates” e depois se verá.


António Figueiredo e Silva
Coimbra 03/07/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu




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