sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

TERAPIA CASSETTIANA





                                                                                                                                           *O mêdo é o pai da Moral. 
                                                                                                                                                                           (Nietsch)

ONDE PARAM?...

                                   
…A terapia cassetetiana e a implacabilidade correccional?
Obviamente que esta palavra (cassetetiana) não se encontra em nenhum dicionário que o público mais ávido de conhecimento possa consultar; no entanto, por analogia, não será necessária grande sapiência para compreender o sentido deste “neologismo” que, diga-se de passagem, a aplicação prática nos nossos dias faz muita falta.
É imperativamente necessária, porque existe uma desenfreada proliferação de alienados, cujas pulsões os leva a crer somente na sua própria existência, impondo pela lei da força a “supremacia” do seu pensar doentio. Não desconhecendo porém os deveres a que estão sujeitos e perante os quais obtusamente fazem vista grossa, preferem enveredar pela alta criminalidade e pelo vandalismo por falta da terapia do casse-tête e pela exagerada condescendência emanada pela forma dos parâmetros legais, quer na sua filosofia, quer na sua aplicação. Para esses oponentes da paz social, sem razão alguma, não há nada tão eficaz como um bom banho de chouriçada com consequente terapia hospitalar, para lhes avivar a memória e fazê-los saber que também têm deveres a cumprir.
A demonstração verdadeira de que uma democracia não pode ser liberdade absoluta sem uma imposição de soberania estatal em todos os sectores, é mais que evidente nos nossos dias. Os abalos sísmicos que têm aluído a justiça e a perda de autoridade nos tribunais e nas forças de segurança são factos reais que sobejamente atestam aquilo que acabei de verbar. Aliás, isto já foi extenso tema do “Touro Enraivecido” António Marinho Pinto, a quem muitíssimos portugueses aplaudiram a coragem e a frontalidade das suas alocuções e outros, menos do que muitos mas de afiada e saudável dentição, rosnaram de dentro dos seus canis num tom ameaçador, de “baixa a bola se não lixas-te”; o que me parece ter sortido efeito pela sub-reptícia moderação que vim presenciando.
São os Tribunais instituições que por incumbência deviam promulgar a soberania do Estado sobre o cidadão, de uma forma justa e transparente, ainda que para haja que ser usada a imperatividade coerciva para os mais arredios, e não o estão a fazer cabalmente, porque o próprio Estado não lhes confere poder para tal.
Cabe às Forças de Segurança, a manutenção da paz social e o cumprimento dos deveres cívicos entre os cidadãos, contribuindo para isso com a limpeza dos elementos nocivos a essas formas de estabilidade, no entanto, aos poucos vão sendo impedidos também de o fazer; quase que nem a eles próprios se podem defender.
Afinal que peso poderá ter contra a criminalidade, um reforço de armamento ainda que sofisticado, se não pode ser usado?!... Quando tomba um criminoso, cai o Carmo e a Trindade. São processos de investigação, processos disciplinares, suspensões temporárias etc. Quando cai alguém das forças de segurança no cumprimento do seu dever, o badalar é parco e no fim resolve-se com a chancela de meia dúzia de pás de terra por cima.
O Governo nada resolve legislando sob a égide da condescendência ao enveredar pela filosofia da compreensão, em que cada acto criminoso pauta por uma justificação própria que o levou ao fim acusável.
Afinal quem são os criminosos?... Os que cometem os erros ou os que aplainam o caminho que lhes faculta a execução das suas prevaricações?
Penso que há legislação a mais e objectividade a menos, sendo uma das causas do aumento da criminalidade e do entupimento do tráfego processual nos tribunais. Podes verificar Zé, que a Justiça, que devia actuar de olhos fechados e cortar a direito, pisca um olho e por vezes é estrábica; tem a balança mal aferida, a espada romba de um dos gumes e cambaleia entre a rectidão e a parcialidade, ao sabor das influências que a rodeiam.
Obviamente que não é para acabar de vez com a criminalidade mas simplesmente diminuí-la, é promover a justiça ortodoxa, que apesar de pouco aceitável pelos pseudo-puritanos e demagogos, me parece garantir mais eficácia para muitíssimo casos; não há melhor do que uma boa sessão de casse-tête, culminando com um saída de charola para uma recuperação hospitalar.
No tempo de Salazar, era a solução mais fácil, mais barata e de mais rápido restabelecimento, fazia bem ao corpo e à alma, e só tinha acesso a esse tratamento quem queria. Era um acto voluntário.
Não havia psicólogos a “analisar” o estado psicótico do criminoso, não havia subsídios de reinserção social e os Direitos do Homem eram realmente para os que andavam dentro do rego legal.
Não havia tanto apaparicamento ao malfeitor, muitíssimos problemas eram resolvidos nas Esquadras das Forças de Segurança e ficavam bem gravados na memória dos “artistas”.
Não!... Que elas mordiam!?...


António Figueiredo e Silva
Coimbra

*Eu sei que mêdo não leva assento circunflexo,
porém, eu sou contra o acordo Luso-brasileiro

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