quinta-feira, 26 de junho de 2014

"OMNIPRESENÇA"





Sete pecados sociais:
Política sem princípios, riqueza sem trabalho,
prazer sem consciência, conhecimento sem carácter,
comércio sem moralidade, ciência sem
 humanidade e culto sem sacrifício.
(Mahatma Gandhi)


“194 médicos investigados por fraude” 
(in Correio da Manhã 24/06/2014)


“OMNIPRESENÇA”

A ser verdade e pelos fumos rumorejantes que por aí têm vindo a rodopiar, há bastantes anos que se sabe, que o fenómeno da ubiquidade não se estende apenas a crenças religiosas, mas também a muitos parasitas que “vagabundeiam” entre nós, e que, escorregando no leito da ambição desmedida, vêm trafulhando os estatutos estabelecidos, instalando desta forma a sua omnipresença fictícia em todos os buracos donde possam jorrar proventos materiais (€).
 É perante o olhar circunspecto de quem vê, mas que sob a mordaça da subalternância é coagido a não ver e a não linguajar, que estes trampolineiros podem estar ao mesmo tempo em todo o sítio como espíritos deificados; acumulam radialmente ganhunças de todos os lados, inclusivamente daqueles onde na realidade deviam estar no cabal desempenho das funções que lhe foram atribuídas, mas lá não se encontram, a não ser para “pincelar” a sua rubrica ou encostar ao scaner a sua impressão dedal.
Esta “negaça” já não é nova; é antiga, e é fruto da lassidão fiscalizadora e da consequente debilidade na aplicação da acção penalizadora tutelada pelo nosso sistema regulamentar.
O que é lamentável é que só agora se tenha começado a tocar neste carcinoma velho de maduro, porque, os prejuízos decorrentes da fraudulência dos actos praticados por este tipo de gente sem carácter, de sensatez limitada e portadores de uma deontologia apodrecida, têm vindo a ser suportados pelo desgraçado do contribuinte.
Bendito aquele de deu com a boca no trombone; vamos lá a ver se a música vai tocar de maneira diferente - mais “afinada”, pelo menos.
Este estado de coisas não acontece somente no sector referido; não, nesta manta rôta, onde manhosos, interesseiros e incapazes, como morcêgos se aninham sob mútua e aconchegada protecção entre si, estende-se aos mais variados serviços, principalmente àqueles onde o “sangue” dos contribuintes por força das circunstâncias é obrigado a fluir. No entanto, não devemos medir todas as pessoas dos diversos departamentos que atendem a nossa comunidade, pela mesma bitola; isso seria injusto.
Estas situações que não gostaríamos de confrontar, certamente que não são o queremos, mas é o que temos. Por culpa da mordaça do silêncio? Talvez!?

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 26/06/2014
www.antoniofigueiredo.pt.vu

     




  


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