Quanto mais burro, mais peixe.
(ditado antigo)
LEMBRAM-SE DA EXPRESSÃO…
(Por hoje ser Dia Internacional do Idoso,
lembrei-me desta)
“A nossa Pátria está
infectada pela já conhecida peste grisalha”?
A frase que, através da internet, andarilhou pelo caminho
percorrido por Fernão de Magalhães, massacrou a cabeça dos idosos deste país,
recebeu encómios purulentos de raiva e até foi coroada com reacções de cariz
ofensivo - com as quais eu não concordo, mas… isso não é comigo.
Certamente que também se lembram de “PESTE GRISALHA (CARTA ABERTA A DEPUTADO DO PSD) ”, enviada por mim, ao Sr. António
Carlos Gomes da Silva Peixoto (advogado), presentemente deputado na Assembleia
da República Portuguesa, por, numa crónica sua, no Jornal “I”, haver usado a
esta acintosa e desprestigiante expressividade: “A nossa Pátria está infectada pela já conhecida peste grisalha”.
Era realmente o espelho da revolta
que na ocasião senti, - como muitos portugueses atingidos pela vetustez – e da
qual ainda mantenho uma grande calosidade, mas que certamente irá passar,
quando eu ultrapassar a fasquia que separa esta vida da outra (?) e poder dar
às cavalgaduras uma oportunidade, ainda que aparente, de pisarem a terra que
nunca me cobrirá.
Penso que toda a “Peste Grisalha” devia reler a carta referida, porque, por causa
desse contundente desabafo, em meu nome e em nome de todos os “pestilentos
grisalhos”, me foi interposto um processo judicial por Crime de Difamação
Agravada, no qual, em sua defesa, o plangente “ofendido” alega que foi intensão
minha turvar, demolir ou inquinar a sua imagem, quando ele, dela foi o seu
principal destruidor.
Não conformado, pese embora a douta
decisão do Tribunal de Gouveia com a não pronúncia da minha arguição, interpôs
um recurso para o Tribunal da Relação – com todo o direito que a lei lhe
permite – com o objectivo de que essa decisão seja anulada.
Como nós andamos, caros companheiros
das cãs! Para além de nos quererem remeter para o ostracismo, ainda nos querem
abafar o grito de indignação emergente de atitudes que não deveriam ser tomadas
para não acidular, o já sobejamente acidulado, fim das nossas vidas.
Em vez de algumas mentes se redimirem
dos seus erros ou se remeterem ao silêncio, ainda procuram, a todo o custo
esgadanhando, amarfanhar o grito dos que se encontram no patamar da
fragilidade.
É por isso que, na nossa sociedade de
estado de direito, é ténue a linha que separa o direito do dever, porque o
dever é para todos e o direito é só para alguns.
Elementos da “Peste Grisalha”, peço-vos
para relerem o passado e me concederem o vosso apoio se achardes que é justo.
Disseminem e partilhem a
transformação do fantasma em realidade do “lápis azul”, com o qual nos querem
novamente sufocar o brilho das nossas opiniões.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
01/10/2014*
*Dia Internacional da “Peste Grisalha”.
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