O fanatismo é uma realidade, que
(A. Figueiredo)
A “CEGUEIRA”
Quando
o entendimento, geneticamente propenso à fascinação, é assolado por objectivos
limitados e estes são “impostos” aos outros, através de uma catequização incisiva
e contínua, no cérebro deixa de existir uma visão analítica periférica, podendo,
deste modo, alterar as normas éticas e morais que regem o equilíbrio e a
harmonia sociais; aqui temos instalado o fanatismo, fonte de grande
instabilidade universal, que cilindra, como o cavalo de Átila, tudo por onde
passa, sem olhar a meios para atingir os fins, que vão desaguar na fantasia,
deixando no seu rasto laivos de sangue, miséria e revolta, como vem acontecendo
em todo o mundo.
Não
importa a existência do fanatismo, conquanto que ele não interfira nas convicções
dos outros; cada um opta pelos seus ideais e tem o direito de os viver à sua
maneira; o que não deve é fazer deles uma constituição de verdades absolutas e
socorrer-se da força para constranger quem quer que seja a aceitá-las.
O
fanatismo é uma cegueira paradoxal; não deixa ver com os olhos abertos, porque
mantém a mente enclausurada, e, em nome de uma “verdade”, tende a destruir as “outras”.
Eu vejo-o como uma loucura cheia de contradições; contudo, sou a favor da
liberdade de expressão, religiosa, partidária etc., desde que essas linhas de
pensamento, na sua acção, não interfiram nos princípios, que devem ser
inalienáveis, de estabilidade na vivência humana.
É
isto que não tem acontecido. Faço uma retrospectiva e assoma-se-me ao
pensamento, a visão de um espaço negro como breu, onde ressalta à vista um Planeta
Azul, manchado de sangue inocente! O resultado da “cegueira”, de mãos dadas com
a ambição.
Agora
foi em França - lamento; futuramente onde será?
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
08/01/2015
www.antoniofigueiredo.pt.vu
Sem comentários:
Enviar um comentário