segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A LIBERDADE



Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos,
 mas querer-se aquilo que se pode.

A LIBERDADE


É dos privilégios mais valiosos que o ser humano pode desfrutar, conquanto que a sua aplicação não seja mestiçada e/ou, substituída pela depravação e anarquia, por aqueles que suposta e aleivosamente atentam que a liberdade só a eles pertence - o que não é verdade; porque ela existe, graças ao empenhamento de cada um de nós, em respeitar a dos outros, o que por vezes custa um pouco, e tanto mais, quando verificamos que os outros estão a subestimar a nossa. São manigâncias dos “artistas” de poleiro duvidoso, que proliferam na nossa sociedade combalida, empenhados em serem os cavadores da nossa instabilidade. Eles vêm a independência pela parte que mais se lhes adapta, porque ela pode apresentar-se de duas maneiras distintas, contudo, abissalmente opostas, segundo a percepção e a formação cívica de cada um: uma, não é mais do que uma prenda envenenada; não passa de um embuste pernicioso e intencionado, recheado de submissão virulenta, que, ao rebentar no silêncio audível da repressão, consegue cindir todas as formas de direito à liberdade; esta é a forma mais usada pelos manhosos, interesseiros e ambiciosos, que à força de uma emancipação fingida, pastoreiam sem pejo, uma escravatura forçadamente submissa, que lhes enche os odres, insaciáveis de poder e de dinheiro. A outra! A outra forma… é aquela que está intrinsecamente grudada ao puritanismo, e caminha pelas vielas pedregosas da decência, que tem como suporte o conhecimento do dever e da obrigação; não quero, de forma alguma, negar a sua existência, mas que se sente a sua míngua é uma verdade; a pouca que existe e que com dificuldade notória vai subsistindo à selvajaria que embriaga os “Srs.” mundo, encontra-se em acelerado declínio, o que também não deixa de não integrar uma realidade por todos observada.
Está chuviscar entre nós, uma liberdade fingida com tendência à vassalagem, cujo controlo se está a tornar cada vez mais arrochado pelo contínuo emanar de regras visam o “sacrifício dos mais fracos”, em garantia da avidez tachista daqueles que, agasalhados pela manta “rota” da impunidade, até agora são tidos como os mais fortes.
É bem patente a assimetria no consenso de liberdade atribuída, uma vez que as suas regras emanam do poder, e este, por sua vez, não tem sido o mais moralista, nem o mais exemplar.
A liberdade está a definhar!


António Figueiredo e Silva
Coimbra, 19/01/2015

www.antoniofigueiredo.pt.vu






    

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