quinta-feira, 16 de junho de 2016

EMIGREM, CARAMBA!

“…o otimismo crónico e ligeiramente irritante” de António Costa…
(Palavras de Marcelo Rebelo de Sousa,
 Presidente da República Portuguesa)

“…sou conhecido por ser um irritante realista”…
(Afirmação de Pedro Passos Coelho)

EMIGREM, CARAMBA!

O caminho é curto!
Entre o presumido optimismo de um, ao assumido “realismo” do outro, a jornada não é quilométrica. E não é grande porque, na verdade, ambos têm irritado os portugueses com esmerada equivalência na polpa das suas retóricas, conquanto que, servindo-se de maneiras de descasque diferentes, que no fundo vão dar ao mesmo.
Embora um jogue na esquerda e o outro na direita, por isso separados nas convicções doutrinais, pelo menos habilmente isso aparentam, e ambos explodem democracia por todos os cantos; mas não o têm sido nas conveniências que os contamina. As primazias nos interesses próprios e os compadrios, têm estado sempre em primeiro plano.
Cá dentro tudo continua cada vez pior mas nem por isso se furtam ao canhoamento de responsabilidades e transgreções entre si; umas insustentáveis, outras autênticas e outras inacreditáveis, porém, todas surpreendentes. É um futebol político em que um tenta driblar o outro recorrendo a acusações menos sensatas e em nada deontológicas, mas que dão para irritar, pelo menos metade da assistência que, na sua totalidade são onze milhões, contado com os adeptos e ineptos.
Um executa as suas intervenções com uma cara de zombeteiro, que a meu ver, demonstra entranhada falta de coerência nas suas afirmações, já gastas de tão usadas que são, decoradas do jargão político que já toda agente conhece.
O outro, de fisionomia mais circunspecta a roçar o austero e palavreado aparentemente mais sustentável, também nos tenta empacotar quando pode, numa vã tentativa de catequização coletctiva a ver se a cola pega. É capaz, quem sabe!?
Finalmente podemos aferir que penas uma coisa têm em comum; ambos são políticos e vão ter direito a uma “pequena” reforma por inteiro ao fim de oito anos de trabalho! Ao dizer isto, creio ter dito tudo, isto é, para aqueles que entendem a podridão que existe nesta profissão, onde por cada dia vencido, a sua suposta nobreza mais se afunda no descrédito dos portugueses.
Eu atrevo-me a perguntar: para aturar uma gerência tão depauperante, porque não emigram eles? Penso que a sua falta cá, não seria notada.
Era capaz de ser engraçado, chegarem a um país estranho, sem trabalho e sem dinheiro, com as malas vazias, apenas repletas da fátua esperança que querem incutir aos portugueses e recomeçarem uma vida nova, com uma mão à frente e outra atrás.
- Profissão?
- Políticos – responderiam.
- Dessa porcaria temos cá muita – seria a resposta mais plausível.
- Mas… - tentativa frustrada de argumentação.
- Não há mas, nem meio mas; se querem o visto, apenas temos tarefas nas limpezas domésticas, recolha do lixo, trolha, pedreiro, varredor, lavador de carros, jardineiro, coveiro, ou talvez, dada a candura das vossas gadanhas, caixa de supermercado - fisionomias graves e envolvidas de patética mas indignada interrogação.
- Meus caros, se não serve, ponham-se na alhêta, porque aqui não há pão para malandros.
Se esta “ilusão” pudesse ser materializada, como eu gozaria que nem um perdido!!!
Emigrem, caramba!

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 15/06/2016

Ou:
www.antoniofigueiredo.pt.vu



Sem comentários:

Enviar um comentário