sábado, 30 de setembro de 2017

CÃES, DONOS "DOENTES" CAFÉS E RESTAURANTES



Não é sinal de saúde estar bem adaptado
 a uma sociedade doente.
(Jiddu Krishnamurti)

CÃES, DONOS “DOENTES”, CAFÉS E RESTAURANTES

Antes de iniciar a “descascar batatas” quero aqui frisar que sou contra o mau tratamento de animais; sejam eles cães, gatos ou outra raça qualquer, inclusivamente os da raça humana.
Desculpem a minha sinceridade mas deleita-me ser directo e lancinante, porque o caso em apreço, assim o merece.
Apesar de a cada cabeça ser conferido o direito de pensar livremente, não significa que todas sejam constrangidas a cogitar da mesma forma, isto é, se das atitudes germinadoras desses pensamentos, decorrerem actos que possam afectar a estabilidade na vivência comunitária.
Esta é a minha linha de pensamento e quem não gostar pode criticar, se isso realmente lhe conferir algum prazer, que nada tenho objectar.
Assim sendo…
 E se a lei é abençoada, porque nada me admira que isso possa vir a suceder, ai daquele que abra a matraca para se insurgir contra a falta de higiene que nem a ASAE terá poderes para debelar!? Será de imediato aquilatado racista, na melhor das situações, porque se os cães forem turistas, será no mínimo, de xenófobo; se se atrever pedinchar um cachorro quente, com um pouco de azar, poderá ser titulado de fratricida na forma tentada; isto é, antes de dar a primeira trinca no cacete com a salsicha entalada no meio e previamente enfeitado, com mostarda, maionese, ketchup e batata-palha, como a cabeça de um índio; se o fizer, nem sei o que lhe poderá acontecer!?
Isto é que vai ser lindo! Entrarmos num restaurante ou num café em época de cio e ouvirmos o barulho dos latidos de chamamento acicatados pelas feromonas, e uivos de prazer ou de dor por causa das contendas caninas com vista à dominância da melhor cadela. É provável que possamos assistir também a desinibidas rebocagens traseiras que por momentos não desengatam nem que a porca tussa, como natural garantia de paternidade.
Penso que é o único animal que pode com firmeza garantir que os filhos são seus. O homem já não tem esse privilégio, acontecendo muitas vezes acreditar piamente que os filhos são dele, subsistindo no entanto grandes hipóteses de serem do vizinho do quinto esquerdo que fez uma pausa de alívio no elevador “avariado”, do carteiro que em vez de meter uma carta, meteu outra coisa, ou até do canalizador que se enganou – propositadamente – a meter o tubo na caixa sifonada.   
Digo isto, porque sou contra a castração de qualquer animal; considero um atentado à Natureza e a subtracção de uns escassos momentos prazer que, somados, numa vida, não devem exceder sessenta minutos.
No meio de tudo isto, o que mais me causa perplexidade, a ser verdade o que vem no jornal referido, “O SOL”, é como os elementos constituintes do nosso Parlamento se dão ao trabalho de perder o seu tempo para discutir sobre uma coisa tão mesquinha. Se se derem a esse trabalho, aproveitem para debater sobre a possibilidade de atribuir abono de família aos elemento de raça canina ou felina dela constituintes, e para os cães  mais agressivos ou gatos mais rabugentos, um rendimento mínimo de inserção social, veterinário de família e comparticipação medicamentosa.
OS ANIMAIS DEVEM TER O SEU LUGAR ASSEGURADO NO MUNDO E NA SOCIEDADE NÃO DEVEM SER MAL TRATADOS.
Tudo o que passar daqui, a meu ver, é pura alienação, cabendo por isso a cada “infectado” o seu tratamento, não à nossa custa, mas a expensas dele próprio.
A sociedade está podre.
“Descasquei”.


António Figueiredo e Silva
Coimbra, 30/09/2017
www.antoniofsilva.blogspot.com. 






A INCOMPETÊNCIA TEM CURA

É praxe dos incompetentes acharem
que fizeram um bom trabalho.
(Marcelo Figueiredo

A INCOMPETÊNCIA TEM CURA

Ali está este símbolo de “STOP”, no largo de Alumieira, em letárgica sonolência, a recuperar-se da ressaca imposta pela campanha. Estendido no enxergão do desleixo, tendo por aconchego a neblina fresca dos restos do verão que lentamente está a esvair-se para dar lugar ao inverno - uma lição da Natureza.
Enquanto dorme a sono solto, em muitas cabeças paira uma esperança quase que “sebastianista” na esperança de melhores dias, que espero bem que se aproximem e que sejam um facto evidente.
A renovação é sempre boa, quando não, gera o desinteresse, porque quando as coisas são tidas como dados adquiridos, deixa de haver luta objectivada; o ovo está na cloaca da galinha, o almoço está certo.
A decisão da mudança é nossa; é a nós que cabe a árdua e delicada tarefa de invertermos a situação às coisas se elas não cumprem os desejos que foram por nós conjecturados e aceites.
Uma coisa é certa: se dermos mais uma vez que seja, a azo à incapacidade, a responsabilidade pela repetição do insucesso, passará a ser nossa.
A dispensa da veneração e assombro por trabalho, dedicação e capacidade, são a cura da incompetência.

António Figueiredo e Silva
Loureiro, 29/09/2017

www.antoniofsilva.blogspot.com