domingo, 11 de fevereiro de 2018

“CÃES”

À cautela, é sempre preferível ter um
 cão amigo,  do que um “amigo” cão.
(A. Figueiredo)

“CÃES”
(Poema reactivo e azêdo, de um não poeta)

Da consideração patológica pelos cães, ao desprezo pela raça humana.
Na verdade, que outra reacção poderia eu ter, em relação a tão agreste tomada de posição? “Cães”!!!
Porque a raça canina é que está sob tutela regulementar, já vale a pena ser cão. Como tal, deixem-me “ladrar” e ao mesmo tempo “rosnar”, um hino de louvor aos “Cães”.


“ CÃES”

Os “Cães” defendem os cães
Com grande força canina;
Desconhecerão as suas mães,
Ou é loucura que os anima?

Velho ferrugento não presta,
É logo posto ao abandono.
A última sorte que lhe resta
É dormir um eterno sono.

“Cães” ranhosos que mandais
No indefeso ser humano,
Àmanhã porque esperais?
Ensacados no mesmo pano.

“Cães” com cães se caldeiam;
Que confusão no seu latir.
Às vezes parecem rosnar,
Outras aparentam grunhir.

Nem esquerda, nem direita,
Chove merda por todo o lado.
A fatalidade está à espreita
E o povo mantem-se calado.

Submisso, mas a gemer,
A suportar as ferradelas
Que os “Cães”, sem esmorecer,
Lhes aplicam nas canelas.

“Cães” que não pensam são um perigo;
“Cães” que não sabem são um desatino;
Voltando o Mundo ao contrário,
Trocam o Humano pelo canino.

“Cães” moncosos, “Cães” raivosos,
“Cães” que merecem desdém.
Entre si, “amigos fervorosos”,
Mas não respeitam ninguém.

É vê-los levantar as “patas”
E à foice e à martelada,
Dão mais valor aos cães
Do que à franzina velhada.

É toda uma canzoada
Que nos põe a génio a ferver.
Para evitar a derrocada
Temos de os combater.

“Cães” com cães se misturam,
Parecem até da mesma raça;
Apartá-los é um problema
E lá continua a desgraça.

Não é fácil arrumar os “Cães”,
Disso temos de nos convencer;
Por serem mais do que as mães,
Vão custar a desaparecer.

A crise já está decretada
E não adianta “rosnar”.
Mesmo sob fivela apertada,
Temos de os aguentar…

(Até ver!?).

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 11/02/2017















 


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